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21.11.2024

Portas abertas ao turismo

Estudantes Melquíades e Matheus De Bastiani

Nova Roma do Sul

Há uma relação bastante positiva entre agroindustrialização e turismo nas propriedades rurais. O desenvolvimento dessas iniciativas surge como oportunidade para a agricultura familiar, permitindo agregar valor aos produtos cultivados na propriedade e aumentando a renda dos agricultores.

Nova Roma do Sul é um aconchegante município com pouco mais de 3 mil habitantes,  localizado na área central da Serra Gaúcha. É rodeado de vales, rios e cascatas, ideal para estar em harmonia com a natureza, apreciar os impressionantes cenários e saborear a deliciosa gastronomia italiana. Além da mata nativa, os parreirais ganham destaque em quase todas as propriedades rurais. Em meio a essas paisagens, vive a família De Bastiani. Não é apenas uma propriedade de produção familiar, é um local com portas abertas para o turismo, onde é possível vivenciar experiências únicas do modo de viver dos imigrantes italianos.

A arte de produzir sucos, vinhos e licores faz da propriedade uma referência de agroindústria familiar. Tudo por lá tem o olhar atento e cuidadoso dos proprietários, as famílias de Gilberto De Bastiani e de seu primo João Pedro De Bastiani, sócio da vinícola. Gilberto e a esposa Marta, são os pais dos gêmeos Melquíades e Matheus, estudantes da EFASERRA, que acompanham com atenção desde o plantio das parreiras de uvas orgânicas até a comercialização dos produtos, que já ultrapassam a fronteira gaúcha.

O processamento da uva na vinícola é feito pelas famílias dos primos João e Gilberto. A  produção orgânica soma 20 mil litros de vinhos e sucos. Mas também são elaborados vinhos, sucos, espumantes e licores de forma convencional, com a matéria-prima adquirida em propriedades da região. O trabalho da família de Gilberto no local iniciou há mais de 15 anos, quando ele herdou parte das terras dos avós e adquiriu outra parte de parentes. Logo em seguida começou a transição para o cultivo de orgânicos e, em 2010, obteve a certificação de produção de uvas orgânicas. Há três anos, juntamente com o setor de bebidas, tornou o local uma atração turística.

“Atualmente, ingressamos em outro nível. Plantamos, produzimos, colhemos e vendemos aqui mesmo”, explica Gilberto. Atrações não faltam na propriedade. Aos visitantes, é oferecido passeio de carretão, conhecer a história da família e o processo de fabricação dos vinhos e sucos. Tudo isso com a cordialidade dos anfitriões. No alto de um morro, um mirante proporciona uma bela vista da mata nativa e do Rio da Prata, com a possibilidade de realização de um piquenique com degustação de vinhos, sucos e espumantes elaborados pela família.

Dispostos a aprender mais

Melquíades e Matheus são dois guris de sorriso contagiante, que têm vocação para o turismo rural. Ingressaram na EFASERRA em 2020, seguindo os passos do primo Érico, que também estudou na Escola. Os dois jovens são curiosos e dispostos a aprender sempre mais. Durante a realização do projeto Juventudes e saberes – Alternância que constrói, tiveram a oportunidade de aperfeiçoar o entendimento sobre criação apícola. Na visita técnica à família Dall’Agnol, em Nova Petrópolis, conheceram mais sobre implantação de colmeias de abelhas nativas sem ferrão, ideia já compartilhada com a família, visando a polinização das flores e a produção de mel na propriedade.

Além dos conteúdos assimilados na Escola para aplicar na produção e em turismo, a dupla tem muitos saberes para dividir com os colegas. “Queremos prosseguir com a atividade da família. Gostamos muito”, declaram, animados.

Os dois são envolvidos nas atividades turísticas na propriedade. Na recepção aos visitantes, é Melquíades quem conduz para uma viagem no tempo. No espaço reservado para as memórias da família, ele fala com orgulho sobre a história dos antepassados que vieram da Itália. Conta detalhes de como os bisavós chegaram no município e de cada utensílio utilizado para a sobrevivência daquela época.

“Foi a família De Bastiani quem construiu a igreja e fundou a comunidade Nossa Senhora da Salete, onde moramos”, narra, todo orgulhoso. Matheus é quem acompanha os turistas para o alto do mirante e atende no varejo, um ponto de vendas feito de uma pipa antiga, onde são comercializados vários itens produzidos na propriedade e na redondeza.

“Gosto de ver a empolgação das pessoas com as belezas da região. Também gosto de lidar com o caixa e saber que conseguimos viver fazendo a alegria das pessoas e vendendo produtos de qualidade”, revela Matheus. Marta comanda a cozinha do restaurante em dias de visitação. O almoço com o tradicional tortéi é único. Fica a vontade de voltar e querer mais.

Conteúdo produzido para publicação do projeto Juventudes e Saberes: Alternância que constrói, idealizado pela EFASERRA e viabilizado por meio do Termo de Colaboração FPE Nº 2564/2019, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR).